sábado, junho 30, 2007

Coda II - O violoncelo erótico






Muitas pessoas (eu me incluo na lista) consideram o violoncelo um instrumento extremamente sexy. E de fato é. A sua tessitura é muito semelhante à da voz humana, e a sua forma lembra muito a das costas curvilíneas de uma mulher. O modo de tocar, com o instrumento entre as pernas, o movimento de vai vem do arco e a mão acariciando o braço é definitivamente carregado de conotações libidinosas hahahahaha, especialmente se quem estiver tocando o instrumento for uma sueca maravilhosa de meias de seda e salto alto... (na verdade nem sou tão exigente assim, sendo mulher, com meias finas e salto alto tá valendo! Claro que coisinhas "lindas" como Panzers e congêneres estão desqualificadas...)
Com certeza, meu amigo Sig (o Freud) deve ter perdido muitas noites de sono mastigando o charuto, pensando nisso hahahahaha
Isso me remete a um outro assunto: o do recalque sexual ocidental. Por influências principalmente religiosas rígidas seculares, tudo que tenha um certo apelo erótico, sexual ou até mesmo libidinoso costuma ser execrado ou ridicularizado em praça pública. Não acho que faça sentido, pois essas coisas fazem parte do ato da Criação, da Vida... nós fomos gerado por conta desses atos.... (com exceção somente de um indivíduo na história humana, mas mesmo assim há controvérsias).
Nossa cultura idolatra e valoriza as danças da morte, não as da vida. Talvez seja por isso que o mundo esteja a beira de um colapso...
Pensem nisso....

Coda 1: Les chants eletriques

Hoje estava lendo o blog de um amigo meu, e ele estava discorrendo sobre o seu violoncelo e um artigo que comenta os aspectos eróticos do instrumento, e isso me inspirou a escrever um pouco sobre minha atual aventura musical.
Desde pequeno, sempre tive loucura por música (até hoje não posso ver um piano 'dando sopa', que tenho que pular em cima dele e tocar, nem que seja um "bife mal passado"), mas por motivos maiores que eu, sempre fui espectador até o final do ano passado, onde por circunstâncias aparentemente aleatórias, acabei adentrando esse universo como aprendiz.
Tudo começou com meu irmão querendo comprar um bongô, e nós dois indo juntos a uma loja de instrumentos. Confesso que nunca tinha entrado numa loja com tantos instrumentos "diferentes", e então eu vi aquilo que iria desencadear toda essa coisa... Em um canto da loja havia um baixo elétrico que era composto basicamente do braço e dos captadores, sem um corpo como estamos acostumados. O objeto que talvez mais se aproxime dele é um taco de beisebol com cordas. Fiquei maluco com aquilo, principalmente porque ele oferecia a possibilidade de ser tocado na vertical, como um baixo acústico, na horizontal, preso por uma correia, como um baixo comum, ou com um arco..... como um violoncelo, que é um instrumento que eu adoro.
Isso desencadeou um extenso processo de pesquisa a respeito, e no fim eu aprendi que a afinação do violoncelo é diferente da do baixo, apesar de ambos serem instrumentos de 4 cordas. Esse fato me acendeu um desejo de aprender a tocar essa entidade que dá voz às maravilhosas suítes de Bach para violoncelo solo. O único problema que me impediu de realmente de embarcar diretamente num cello, foi o fato que eu não conseguia achar um instrumento adequado (fora que como eu não sabia absolutamente nada de música, poderia se tornar uma tortura...). Então, encontrei o meu primeiro filho musical: um baixo elétrico de 4 cordas, “fretless” como um cello (o braço dele é liso, sem aquelas casinhas que têm no violão e na guitarra). E me iniciei numa escola em agosto 2006. Uns meses depois, vim a encontrar a minha querida guitarra, uma semi acústica vermelha, que atende pelo nome de Elvira. Estou cursando os dois instrumentos simultaneamente (e adorando). Não desisti do cello, apenas protelei um pouco, para que possa aprendê-lo quando estiver mais desenvolto com meus instrumentos de corda. (para desespero dos meus queridos professores hehehehe)

(texto escrito em 17/06/2007 - postado posteriormente por outros motivos...)